A visita teve como principal objetivo conhecer o espaço que será destinado aos adolescentes e constatar o serviços oferecidos pela Fazenda da Paz a esses jovens.
O presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB Piauí, Rogério Almeida, visitou na manhã de hoje (12), a Comunidade Terapêutica Carlo Acutis, que irá realizar o acolhimento de 24 adolescentes em situação de dependência química em Teresina. Porém, uma decisão polêmica da juíza federal Joana Carolina Lins que acatou o pedido da Defensoria Pública de cinco Estados e da própria Defensoria Pública da União pode deixar centenas de jovens sem tratamento para que consigam se livrar do vício do álcool e de outras drogas.
Rogério Almeida destaca que a comissão cumpre o que está na constituição federal sendo o melhor interesse da criança e do adolescente e sua prioridade absoluta, bem como nas questões que envolvem sua saúde mental e dependências químicas. “Tivemos a oportunidade de conferir in loco como os adolescentes serão acolhidos aqui e estamos saindo altamente satisfeitos com o que encontramos”, afirma.
Só em Teresina são cerca de 120 jovens em tratamento de recuperação na Fazenda da Paz, Casa do Oleiro, Casa de Ester e Shalom, podem voltar para as ruas. “Nesses lugares, eles recebem acompanhamento médico, estudam, trabalham e alcançam um bom percentual de reabilitação. Fechar essas comunidades, em que são as únicas atuantes efetivamente na recuperação desses menores é um desastre social porque vai levar os jovens que precisam de um acompanhamento de volta para as ruas e para o contato com as drogas” ressalta Célio Luiz, coordenador geral da Fazenda da Paz.
Segundo a decisão judicial, alheia à realidade social de como funciona o tratamento de recuperação de jovens em situação de drogadição, esse acompanhamento deve ser feito pela Rede de Atenção Psicossocial mantida pelo Ministério da Saúde que, na prática, não funciona ou pelo menos, não como deveria, segundo profissionais de saúde mental ouvidos pela coluna.
A droga é hoje um dos maiores problemas sociais porque é porta de entrada para vários crimes. Acabar com um tratamento que vem dando resultados positivos é desastroso. “Vamos continuar nosso trabalho e pretendemos ir em outras unidades da Fazenda da Paz para também conferir de perto se o melhor interesse do adolescente e se sua prioridade absoluta está sendo garantida”, conclui o presidente Rogério Almeida.